Obrigação cai no colo de Mário da
Caixa, mas não exime responsabilidade da ex-gestora. “União repassou ao
município de Betânia, em 2016, mais de R$ 19 milhões”, diz MP
Com o objetivo de garantir a
continuidade na prestação dos serviços públicos essenciais e o pagamento dos
salários dos servidores públicos de Betânia, o Ministério Público de Pernambuco
(MPPE) informou em nota que ingressou, no dia 22 de dezembro, com ação civil
pública com pedido de liminar em face do município.
Por meio da ação, o MPPE requereu
à Justiça que obrigue a gestão a saldar, no prazo de cinco dias, os débitos com
os servidores ativos e inativos, sob pena de multa imposta ao município e à
pessoa do prefeito. Caso a Justiça defira o pedido e o pagamento não seja
efetuado nesse prazo, o MPPE também solicitou o bloqueio judicial das verbas
dos Fundos de Participação dos Municípios (FPM), de Manutenção da Educação
Básica (Fundeb) e da Saúde (FUS).
Segundo a promotora de Justiça
Rhyzeane Cavalcanti de Morais, moradores e servidores de Betânia noticiaram um
agravamento na prestação dos serviços públicos essenciais desde o mês de
outubro de 2016, quando o candidato de oposição Mário da Caixa venceu o pleito.
“A gestão passada não vinha cumprindo com as regras de transição defendidas
pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) como boas práticas para garantir a
continuidade da máquina administrativa”, destacou a representante do MPPE, no
texto da ação.
A situação motivou a atuação
ministerial, que solicitou informações à então prefeita Eugênia Araújo por meio
de ofícios. Porém, segundo Rhyzeane de Morais, a gestora apresentou respostas
genéricas e em descompasso com a situação de precariedade enfrentada pelos
cidadãos de Betânia.
Diante desse cenário, o MPPE
recomendou à ex-prefeita, em 19 de dezembro, que mantivesse a folha de
pagamento dos servidores em dia e que quitasse os valores em atraso no prazo de
cinco dias. No entanto, a recomendação não foi atendida.
“Em consulta ao Portal da
Transparência, verifica-se que a União repassou ao município de Betânia, em
2016, mais de R$ 19 milhões, mas o município insiste, de forma inexplicável, em
interromper diversos serviços e não realizar o pagamento dos seus servidores”,
acrescentou a promotora de Justiça.
Tendo em vista que os salários
são verba de natureza alimentar e que constituem, em muitos casos, a única
fonte de renda dos servidores e suas famílias, o MPPE recorreu à via judicial a
fim de buscar uma solução para os prejuízos causados aos servidores e à
população que depende dos serviços prestados por eles.
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