O senador José Maranhão (PMDB-PB)
desistiu de participar da comissão que analisará, no Senado Federal, o processo
de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. No lugar dele, assumirá Dário
Berger (PMDB-SC). De acordo com a assessoria de Maranhão, o senador
reconsiderou a decisão de participar do colegiado porque pretende atuar
exclusivamente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da qual é
presidente.
O PMDB, partido com maior bancada
no Senado, tem direito a indicar cinco integrantes para a comissão do
impeachment. Além de Berger, o partido terá como titulares os senadores
Raimundo Lira (PB), Rose de Freitas (ES), Simone Tebet (MS) e Waldemir Moka
(MS).
Na manhã de hoje (22), o bloco de
apoio ao governo indicou seus quatro integrantes na comissão: Lindbergh Farias
(PT-RJ), José Pimentel (PT-CE), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Telmário Mota
(PDT-RR). O bloco Socialismo e Democracia (PSB, PPS, PCdoB e Rede) também
apresentou suas indicações: Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), Romário (PSB-RJ)
e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
O bloco Democracia Progressista,
composto por PP e PSD, indicou como titulares José Medeiros (PSD-MT), Ana
Amélia (PP-RS) e Gladson Camelli (PP-AC). Formado por PSDB, DEM e PV, o bloco
da Oposição indicou os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Antonio
Anastasia (PSDB-MG), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Ronaldo Caiado (DEM-GO). Já
o bloco Moderador (PTB, PR, PSC, PRB e PTC) indicou os senadores Wellington
Fagundes (PR-MT) e Zezé Perrela (PTB-MG).
Depois de ter a admissibilidade
aprovada pela Câmara dos Deputados no último domingo (17), o processo de
impeachment da presidenta Dilma Rousseff será analisado pelo Senado. Em votação
no plenário, os seandores decidirão se será aberto o processo de afastamento da
presidenta. A votação poderá ocorrer na primeira quinzena de maio.
O primeiro passo da tramitação do
impeachment no Senado, dado no último dia 19, foi a leitura em plenário do
parecer da Câmara favorável à abertura do processo. Em seguida, o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criou a comissão especial para análise do
processo e pediu aos líderes partidários a indicação dos 42 senadores que vão
compor a comissão: 21 titulares e 21 suplentes.
A eleição da comissão especial
pelo plenário da Casa está marcada para a próxima segunda-feira (25), a partir
das 16h. Na terça-feira (26), haverá instalação oficial do colegiado, com a
eleição do presidente, do vice-presidente e do relator.
Após a instalação da comissão
especial, começa a contar o prazo de 10 dias úteis para que o relator apresente
seu parecer sobre a admissibilidade da abertura do processo de impeachment da
presidenta Dilma Rousseff. Nessa fase não há previsão de defesa da presidenta.
O parecer precisa ser votado pelos integrantes do colegiado a aprovação se dá
por maioria simples.
Qualquer que seja o resultado da
votação na comissão, a decisão final cabe ao plenário do Senado, que é
soberano. No plenário, o parecer da comissão será lido e, após 48 horas, votado
nominalmente pelos senadores. Para ser aprovado, é necessária a metade mais um
dos votos dos senadores presentes, desde que votem pelo menos 41 dos 81
senadores da Casa.
Se o parecer da comissão for pela
admissibilidade do processo e o texto aprovado pelo plenário do Senado, o
processo contra a presidenta é instaurado e Dilma, notificada e afastada do
cargo por 180 dias. Com isso, o vice-presidente Michel Temer assume o governo.
Se o parecer da comissão pela admissibilidade for rejeitado no plenário, a denúncia
contra a presidenta será arquivada.
Se o processo de afastamento da
presidenta for aberto, começa a fase de produção de provas e a possível
convocação dos autores da denúncia, da presidenta Dilma e da defesa até a
conclusão das investigações e votação do parecer da comissão especial sobre o
processo.
Para que a presidenta perca o
mandato, são necessários votos de pelo menos 54 senadores, dois terços da Casa.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) coordenará a sessão final do
julgamento.
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